Automatismo cardíaco é a capacidade do coração de gerar os próprios potenciais de ação que levam a contração de suas fibras miocárdicas. É essa característica, peculiar ao órgão, que permite gerar os próprios batimentos. No coração, há fibras musculares especializadas na geração do estímulo elétrico que não são distinguíveis das fibras de contração a olho nu. Em geral, o local de maior automaticidade acaba assumindo o ritmo cardíaco, função normalmente desempenhada por estrutura denominada nó sinusal. Esse centro regulador do ritmo fica situado no átrio direito, na porção posterior, próximo à veia cava superior. É por esse motivo que o ritmo sinusal é o mais prevalente nos eletrocardiogramas.
Referência bibliográfica: www.bem.fi/book/06/06.htm em 29/06/2016
Figura 1: localização das fibras cardíacas dotadas de automatismo e sua relação. Perceba a dominância do nó sinusal. Em caso de sua falência, quanto maior a proximidade do foco ectópico com essa estrutura, maior a chance daquele assumir o ritmo cardíaco.
Vale lembrar que o potencial de ação dessas fibras especializadas na geração e condução do impulso elétrico é diferente do potencial de ação das fibras de contração. Confira quais são as principais diferenças:
Geração de impulso | Contração muscular |
Grande dependência de Cálcio | Grande dependência de Sódio |
Potencial de membrana dinâmico | Potencial de membrana estático |
Ausência de platô | Presença de platô |
Tabela 1: algumas da principais diferenças entre os potenciais de ação das células de geração de impulso cardíaco e de contração miocárdica.
Quer dizer que para “bater” o coração não sofre regulação de nenhum outro órgão ou sistema no organismo? Não é bem assim. Apesar de poder controlar o próprio ritmo, o coração sofre influências externas que interferem, por exemplo, na frequência cardíaca, isto é, a quantidade de vezes que o coração bate por minuto. Participam dessa interação principalmente o sistema nervoso central e o sistema nervoso autônomo. Mas esse é um assunto para uma próxima vez. Até lá!