O coração é um órgão que apresenta uma característica peculiar: ele é capaz de gerar o próprio estímulo cardíaco.
Diferentemente da contração do músculo estriado, aquele presente em nosso tronco e membros, o coração não precisa do estímulo neurológico para contrair suas fibras.
Mas como isso acontece?
O coração possui um conjunto de células que são capazes de se auto estimular, característica chamada de automatismo.
O pilão é uma ferramenta rudimentar muito utilizado para moer ou triturar alimentos, principalmente. Seu funcionamento é à custa do enchimento periódico de reservatórios de água.
De tempos em tempos, o peso da gravidade movimenta o pilão e esvazia o reservatório, fazendo com que a ponta do pilão caia pela força da gravidade com força no alvo.
E o que isso tem a ver com o coração? Tudo!
O automatismo funciona da mesma forma, praticamente. As células auto-excitáveis recebem o influxo gradual de íons (a água) que aos poucos vão alterando o potencial de repouso da célula (enchendo o reservatório).
Até que ela atinge o limiar de excitabilidade e deflagra o impulso para as demais células do sincício (queda do pilão).
Esse processo é cíclico, ou seja:
E por que o ritmo normal é o sinusal? Por que o nó sinusal é a região de maior automatismo cardíaco
Mas não é a única…
Perceba que o coração não pode ficar sem bater, por isso ele tem células auto-excitáveis distribuídas por todo o órgão.
A diferença entre elas é o tempo de enchimento do reservatório de água. Se uma delas falhar, a outra assume a bronca.
Todas costumam ser mais lentas que o sinusal, e as ventriculares próximas das fibras de purkinje costumam ser as mais lentas.
Agora, e a frequência cardíaca? Quem as determina?
Isso é assunto para o próximo post!
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