O mercado de telemedicina cresce exponencialmente no Brasil.
Parte da chamada “TeleHealth”, este segmento deve movimentar em nosso país a quantia de 7 a 8 bilhões de dólares nos próximos cinco anos.
Os especialistas da área acreditam que grande parte deste investimento será destinado a recursos tecnológicos para acelerar a adoção de atendimento médico à distância.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, no mundo hoje há um déficit de 8 milhões de médicos e somente com a tecnologia associada ao acesso remoto às populações necessitadas essa demanda terá alguma chance de ser atendida.
No Brasil, o cenário é um pouco diferente. Apesar de termos um bom número de médicos por habitante – 2,18 médicos para cada mil habitantes, acima do preconizado pela OMS -, a distribuição desses profissionais ainda não é equilibrada em um país continental como o nosso. E o pior, a concentração de especialistas é assustadora: somente o estado de São Paulo tem um número maior que a soma de especialistas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Associada à esta distribuição heterogênea, tanto o SUS quanto as operadoras de saúde apresentam sérios problemas financeiros. A sinistralidade média chega a 84% nos planos de saúde e está numa crescente. Sem ações de prevenção para redução de custos, por meio de ferramentas tecnológicas, não será possível manter o atendimento adequado aos 57 milhões de dependentes da saúde suplementar e de toda a população que depende do atendimento público.
Esse é o grande potencial das Health Techs. Ainda assim, a maioria de nós médicos parece não estar preparada para isso. Existe um posicionamento contra o avanço da telemedicina, a despeito de experiências bem sucedidas em todo o mundo. O teleatendimento tem condições de resolver até 70% dos casos em uma única consulta e serve como uma excelente ferramenta de triagem para avaliar quem realmente deve ser atendimento em consulta presencial. Não seria bom poder tirar da fila dos pronto-socorros abarrotados aqueles casos cujos diagnóstico e tratamento não são complexos?
Estima-se que em cinco anos e com a regularização do serviço de teleatendimento pelo CFM, cerca de 20 a 25% das consultas médicas serão à distância. Essa crescente poderá ser responsável por garantir a prestação adequada de serviços públicos e privados em saúde no Brasil.