Desvendando as causas dos bloqueios de ramo

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Quem nos acompanha, já deve estar por dentro dos detalhes sobre o conceito e diagnóstico dos bloqueios de ramo esquerdo e direito. Hoje, vamos trazer de forma simples e prática, as principais causas que podem levar ao surgimento desses distúrbios de condução.

Os bloqueios de ramo, assim como os bloqueios divisionais, podem ocorrer por lesão anatômica  ou transtorno funcional. Funcional? Como assim? Nesse caso, o distúrbio da condução ocorre devido ao aumento da frequência cardíaca, de forma intermitente e correlaciona-se com o período refratário (intervalo em que a fibra de condução se recupera para poder transmitir o próximo impulso). Ou seja, com o aumento da frequência cardíaca, os ramos do sistema de condução passam a ter maior dificuldade de acompanhar o ritmo de repolarização e tornam-se inaptas para propagar o novo impulso. O ramo direito é mais comumente acometido que o esquerdo.

Como já dissemos, a presença de bloqueio de ramo direito não necessariamente está ligada a doença cardíaca – pode apresentar-se em um coração estruturalmente normal. Já em relação ao bloqueio de ramo esquerdo, isso não acontece. Vamos ver quais as principais causas de cada um deles:

Quadro 1 – Principais causas de BRE
1) Insuficiência coronariana
2) Hipertensão arterial sistêmica
3) Doença valvar aórtica
4) Valvopatia mitral
5) Miocardiopatias
6) Senescência do sistema de condução, caracterizada pela fibrose ou esclerose progressiva de suas fibras (Doença de Lev-Lenègre)s
7) Cardiopatias congênitas
8) Amiloidose e sarcoidose
9) Distúrbio hidroeletrolítico (hipercalemia)
10) Uso de soluções cardioplégicas e taxol
11) Idiopática

“É comum a evolução de hipertrofia ventricular esquerda para BRE. A causa mais frequente é a hipertensão arterial sistêmica.”

Quadro 2 – Principais causas de BRD
1) Coração estruturalmente normal
2) Cardiopatias congênitas
3) Síndrome de Brugada
4) Doença de Lev-Lenègre
5) Displasia arritmogênica do ventrículo direito (DAVD)
6) Cardiopatia chagásica crônica – comumente com associação com o bloqueio divisional anterossuperiors
7) Estenose mitral
8) Complicação de infarto agudo do miocárdio
9) Cor pulmonale crônico.

Vale lembrar que os bloqueios de ramo não geram sintomas diretamente, podendo ser encontrados em exames rotina em pacientes saudáveis.

Até a próxima, pessoal.

Referências:
1- Eletrocardiograma Teoria e Prática. Andrés Ricardo Pérez Riera e Augusto Chida. Manole. 2011.
2- Eletrocardiograma em 7 aulas: temas avançados e outros métodos. Antonio Américo Friedman – 2ª Ed – Manole. 2016.

Respostas de 4

    1. Olá, Rosa.

      Do ponto de vista técnico, o bloqueio divisional anterossuperior é uma alteração eletrocardiográfica que pode ser encontrada em paciente sem doenças cardíacas subjacentes. No entanto, as orientações sobre alterações nos traçados de eletrocardiogramas de pacientes precisam ser contextualizadas com dados clínicos e antecedentes obtidos em consulta médica.
      Por esse motivo sugiro que avalie sua situação com um médico cardiologista em consulta.

      Agradecemos a sua participação.

    1. Prezada Charlene,
      As orientações sobre alterações nos traçados de eletrocardiogramas de pacientes precisam ser contextualizadas com dados clínicos e antecedentes obtidos em consulta médica.
      Por esse motivo sugiro que avalie sua situação com um médico cardiologista em consulta.
      Agradecemos a sua participação.

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