Bloqueio atrioventricular avançado

bloqueio-atrioventricular-avancado

Já vimos em aulas anteriores que o conceito de bloqueio atrioventricular é bem amplo. São diversos tipos e alguns deles podem trazer sérios riscos à saúde do paciente. Entre estes, o mais conhecido é o bloqueio atrioventricular total (BAVT), mas o chamado bloqueio atrioventricular avançado ou de alto grau também pode ser bem perigoso.

Dizemos que o bloqueio atrioventricular é avançado quando menos da metade dos batimentos atriais é conduzida para os ventrículos, isto é, a proporção de batimentos é  3:1, 4:1 ou maior.  Vamos ver um exemplo:

01

Figura 1: Tira de DII longo exibindo um exemplo de bloqueio atrioventricular avançado ou de alto grau. A condução AV está variando entre 3:1 e 4:1.

É importante frisar que, em ECGs como o apresentado acima, pode haver dificuldade de percepção da condução AV e, consequentemente, presumir que há dissociação. Para fazer esse diagnóstico diferencial, siga esses passos:

  1. Localize as ondas P que precedem cada QRS;
  2. Meça o intervalo PR desses batimentos.
  3. Se você encontrar um valor constante, você pode afirmar que aquela onda P está gerando o QRS.

Vamos observar novamente no mesmo traçado:

02

Figura 2: Detalhe da medida do intervalo PR que antecede cada QRS. Se for um valor constante, a P gera o QRS.

E por que é dito bloqueio de alto grau ou grau avançado? Porque a maior parte desses bloqueios está localizada na porção intra/infra His do sistema de condução, ou seja, após o nó atrioventricular, denotando maior gravidade do distúrbio do sistema de condução AV.

Por fim, e não menos importante, todo BAV avançado é perigoso e requer tratamento com implante de marca-passo, pois o risco de instabilidade hemodinâmica é grande: se há poucas contrações ventriculares, há queda importante de débito cardíaco e consequentemente da pressão arterial. É por isso que dizemos que quanto mais ondas P não conduzidas, pior é o quadro clínico e o risco de eventos como tontura, síncope e parada cardíaca. Fiquem ligados!

Por hoje é só. Até a próxima, pessoal.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

MUDE A FORMA DE DIAGNOSTICAR COM O ECGNOW.