Arritmia sinusal: pode isso?

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Olá, pessoal.

Vocês já repararam que toda vez em que citamos a palavra “arritmia” é comum uma reação acompanhada de dúvida e preocupação? Pois é, existem inúmeros tipos de arritmias, todas elas com algum grau de repercussão clínica, e algumas trazendo até risco de morte. Para saber mais, clique aqui e confira outras aulas sobre o tema. Mas será que a arritmia sinusal também pode ser grave?

Antes de mais nada, como é possível haver arritmia em um ritmo sinusal? Ao pé da letra, fica meio paradoxal, mas ao entendermos o conceito por de trás do nome, tudo fica bem mais claro.

A arritmia sinusal ocorre quando, em um ritmo sinusal, é possível perceber variações entre os intervalos RR, sem alterações morfológicas significativas no ECG. Ou seja, não há modificações nas ondas P, intervalo PR, complexo QRS ou segmento ST e onda T. Apenas, ocorre uma variação ou flutuação desse intervalo entre os batimentos.

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Figura 1: ECG mostrando arritmia sinusal. Perceba a diferença gradual entre os intervalos RR a cada batimento, sem alterações morfológicas significativas.

 

E por que isso acontece? Sabemos que o coração humano saudável não funciona como um relógio. Em nosso organismo, existe um equilíbrio dinâmico em constante balanço que regula nossos órgãos por meio do sistema nervoso autônomo (SNA). No coração, esse controle é exercido sobre o nó sinusal, batimento a batimento. Assim, dependendo do grau de estimulação do SNA por meio de nervos que chegam ao coração, a frequência pode variar até mesmo em um curto intervalo de tempo, perceptível inclusive no ECG. Um dos principais nervos responsáveis por essa variação é chamado de Nervo Vago. Ah, mais um detalhe importante: a respiração é capaz de influenciar a ação do Vago e, consequentemente, interferir nos batimentos cardíacos. Por esse motivo, a arritmia sinusal é também conhecida como arritmia sinusal respiratória.

Sabendo que se trata, portanto, de um mecanismo fisiológico natural, fica fácil entender que essa é um arritmia sem riscos para o paciente e que não necessita de nenhum tipo de acompanhamento ou tratamento.

Agora você já sabe reconhecer e entender como um ritmo sinusal pode ser “arrítmico”. Nos próximos ECGS que analisar, não deixe de atentar também para esse detalhe.

Compartilhe essa e outras aulas disponíveis aqui no site com seus amigos e colegas. A discussão sobre ECG entre vocês será cada vez mais interessante.

Até a próxima, pessoal.

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