Desafio ECG #31

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[socialpoll id=”2159942″ type=”set”][/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”1/1″][vc_accordion collapsible=”yes” disable_keyboard=”” active_tab=”false”][vc_accordion_tab title=”Clique aqui para saber a resposta correta”][vc_column_text css=”.vc_custom_1489411560203{margin-top: 20px !important;}”]RESPOSTA CORRETA: A

O objetivo principal do protocolo de dor torácica de qualquer pronto-atendimento ou pronto-socorro é justamente minimizar o tempo entre o diagnóstico clínico-eletrocardiográfico de um IAM e a conduta adequada para o caso.

Quando o paciente chega com dor torácica com características que sugerem angina, qualquer alteração de segmento ST e/ou onda T deve ser prontamente valorizada. Isso porque tais alterações, num contexto de síndrome coronariana aguda, aumentam e muito o risco de eventos adversos desse paciente. E, claro, a principal delas é o upradesnivelamento do segmento ST, com o maior risco de mortalidade intra-hospitalar. A única ressalva é, num contexto de taquiarritmias supraventriculares, como a taquicardia por reentrada nodal ou reentrada atrioventricular, flutter e fibrilação atrial, a repolarização (segmento ST-T) pode sofrer alterações morfológicas secundárias à arritmia. Nesse caso, segundo as diretrizes de suporte avançado de vida publicadas pela American Heart Association (AHA), deve-se reverter a arritmia imediatamente para depois avaliar o ECG no contexto da dor torácica.

No ECG acima, temos um ritmo sinusal taquicárdico, o que descarta a opção (D). Num primeiro momento, o que mais chama a atenção no traçado é a presença de um infradesnivelamento difuso do segmento ST, que acomete as derivações DI, DII, DIII, aVF, V3, V4, V5 e V6 e que descarta a possibilidade de miopericardite (letra B – na verdade, na miopericardite, haveria um supradesnivelamento difuso do segmento ST). Mas, se olharmos com bastante atenção, vamos perceber que há também um supradesnivelamento do segmento ST em V1 e aVR de 3 mm. Ora, mas será que devo considerar esse supradesnivelamento como algo importante?

SIM! Você deve valorizar e muito. Tais alterações que sugerem  oclusão total aguda do tronco de artéria coronária esquerda (TCE), uma lesão extremamente grave, com grande potencial para causa choque cardiogênico e óbito. Desse modo, a conduta de abertura da artéria deve ser imediata.

Diversos estudos ao longo do tempo já trouxeram essa associação eletrocardiográfica-angiográfica. Yamaji H e colegas, por exemplo, estudaram os ECGs de diversos pacientes diagnosticados com lesões coronarianas variadas e concluiu que a elevação do segmento ST de aVR acompanhada de um supradesnivelamento de menor amplitude em V1 é um importante preditor de oclusão total aguda do tronco de artéria coronária esquerda e que a intensidade da elevação em aVR contribui para a determinação do desfecho do paciente. Mais recentemente, Misumida N e colegas, em seu trabalho publicado no Annals of Noninvasive Eletrocardiology, revisaram 379 pacientes com SCA sem supra de ST e concluíram com que o supradesnivelamento de aVR é um fator preditor independente de doença de tronco de coronária esquerda ou ainda de doença triarterial (DA, CD e CX). Jong P e colegas correlacionaram a depressão recíproca do segmento ST em pacientes com infarto agudo do miocárdio e elevação do segmento ST em aVR e V1 e perceberam que o  infra de ST em aVF V2, V3, V4, V5 e V6 se correlacionou mais comumente com oclusão de TCE.

Bom, por hoje é só, pessoal. Para saber mais sobre o assunto, confira as referências bibliográficas que deixamos para vocês. Até o próximo desafio!

Referências:
J Am Coll Cardiol. 2001 Nov 1;38(5):1348-54.
Timely Top Med Cardiovasc Dis. 2007 Aug 1;11:E22
Int Heart J. 2006 Jan;47(1):13-20.

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