“Atenção senhores passageiros. Há algum médico à bordo?”
É bem provável que você já tenha ouvido essa frase a bordo de uma aeronave. E, se você for um(a) médico(a), sabe que a orientação adequada é se apresentar para prestar o atendimento.
Pouco se pode fazer a alguns quilômetros do solo, sem aparato diagnóstico adequado. Basicamente, o atendimento tenta trazer conforto e melhora de sintomas para o paciente dentro do possível e, se for o caso, orientar se a aeronave deve antecipar o pouso em um aeroporto mais próximo.
As afecções cardiovasculares são as causas mais comuns de incidentes médicos a bordo. Apesar de haver um cardiodesfibrilador disponível nas aeronaves, esse dispositivo tem seu uso restrito no diagnóstico apenas de ritmos chocáveis ou não em uma parada cardiorrespiratória.
Quem já atendeu uma dor torácica em pleno vôo, sabe como pode ser difícil essa situação. Todos imaginávamos o dia em que seria possível dispor de um ECG portátil que pudesse auxiliar nessa avaliação.
A companhia aérea Lufthansa entendeu que a presença desse equipamento a bordo é uma ferramenta essencial. A empresa anunciou recentemente que equipou todas as suas aeronaves de longo curso com o sistema mobile ECG CardioSecur: o dispositivo é capaz de gerar um ECG em pouco menos de 1 minuto, além de enviar o eletrocardiograma automaticamente para análise remota do contato médico em terra.
Isso permite que a avaliação médica da dor torácica seja mais assertiva e, na ausência de um médico a bordo, auxiliar a tripulação sem expertise a tomar a decisão de desviar ou não a rota.
A ECGNOW fez contato com a empresa responsável pelo equipamento, a Personal MedSystems GmbG, no começo desse ano, para conhecer o seu serviço e entender como funciona a operação de assistência médica remota. Também, recebemos um de seus equipamentos há pouco mais de um mês e os testes que fizemos mostraram ser uma ferramenta promissora: a qualidade do traçado é bastante satisfatória, e com a colocação de apenas 4 eletrodos no tórax, é possível obter um registro de ECG de 15 derivações.
Agora é só uma questão de tempo até termos disponível no Brasil essa tecnologia para dar suporte ao atendimento médico, principalmente em lugares remotos ou em locais de difícil acesso, como os próprios vôos de longa duração.
