Desafios do ECG pediátrico – Você conhece a Tabela de Davignon?

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Quem nunca se deparou com o desafio de ter que analisar um eletrocardiograma pediátrico? Pois é, pessoal, quando o assunto é esse, todo cuidado é pouco. São muitos os detalhes que temos que observar.

Além de alterações morfológicas decorrentes da adaptação da hemodinâmica, possíveis deformidades torácicas e até má posição cardíaca, há um detalhe muito importante que vamos abordar hoje: a Tabela de Davignon.

As dificuldades em se estabelecer os padrões eletrocardiográficos normais em crianças levou a Davignon et al[1] a elaborar a mais completa tabela que relaciona a idade e frequência cardíaca com medidas eletrocardiográficas, dentre os diferentes grupos etários das crianças.

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Tabela 1: Tabela de Davignon. Fonte: Arq Bras Cardiol. 2016; 106(4Supl.1):1-23

E como devemos utilizá-la?

Diante de um ECG infantil, é necessário, antes de mais nada, checar a idade da criança. Assim, consultando a tabela de Davignon, teremos os valores considerados referência para os diversos aspectos, com destaque para a duração da onda P, do intervalo PR e do intervalo QRS, além dos limites de frequência cardíaca e ângulo do eixo do QRS. Também estão presentes nessa tabela considerações sobre a amplitude das ondas nas mais diversas derivações que traduzem em números as alterações hemodinâmicas citadas, decorrentes do desenvolvimento da criança.

Apesar de parecer difícil sua interpretação num primeiro instante, a consulta corriqueira desta tabela torna essa tarefa mais fácil e, com o tempo, você será capaz de analisar todos os seus aspectos como muita facilidade.

E por que é importante consultá-la?

Sabendo corretamente os valores devidos para cada um dos itens analisados, é muito menor a chance de você incorrer no erro de classificar, por exemplo, um intervalo PR como normal quando na verdade seria um bloqueio AV de primeiro; ou ainda, uma frequência cardíaca normal como taquicardia; ou, por fim, um bloqueio de ramo como apenas um distúbio de condução ou atraso final de condução.

Lembrem-se sempre: vale a pena sempre consultar essa tabela para evitar equívocos na interpretação de eletrocardiograma em crianças.

Até a próxima, pessoal.

[1] Davignon A, Rautaharju P, Boisselle E, Soumis F, Mégèlas N, Choquette A. Normal ECG standards for infants and children. Pediatr Cardiol. 1980;1(2):123-31

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